TIREÓIDE

A Tireóide é um órgão em formato de borboleta localizada na parte da frente do pescoço. Ela tem papel importante para regular numerosos processos metabólicos em todo o corpo, usando o iodo para produzir hormônios vitais.

TIROXINA (T4)
A Tiroxina, também conhecida como T4, é o hormônio principal produzido pela Tireóide. O T4 é liberado na corrente sanguínea para os tecidos do corpo, e uma pequena porção é transformada em triiodotironina (T3), que é um tipo de hormônio com maior atividade metabólica. De forma simplificada, é possível afirmar que os níveis destes hormônios ditam o ritmo de funcionamento de todos os outros órgãos do corpo, e o desequilíbrio deles provocam várias doenças, a depender de quais órgãos sofrerão maior ou menor impacto deste desequilíbrio.

O FUNCIONAMENTO DA TIREÓIDE
O Funcionamento da Tireóide é regulado por um mecanismo de comunicação envolvendo o cérebro, mais especificamente o hipotálamo e a Hipófise. Distúrbios desses órgãos também podem afetar a função tireoideana e causar problemas na Tireóide.
Existem vários tipos de distúrbios da Tireóide, que podem estar relacionados a sua estrutura anatômica ou ao seu funcionamento. Alguns exemplos são: hipotireoidismo, hipertireoidismo, bócio, nódulos benignos e câncer.

OS SINTOMAS E SINAIS DAS DOENÇAS DA TIREÓIDE
As doenças da Tireóide podem causar sintomas por causa do aumento ou da redução do seu funcionamento. Em outras situações podem haver sintomas por alterações no tamanho ou formato da Tireóide, como dificuldade em engolir e desconforto cervical.
O hipotireoidismo resulta da produção insuficiente do hormônio tireoideano, cujas as causas podem ser primárias (dentro da própria Tireóide), secundárias (distúrbios da hipófise) ou terciárias (distúrbios do hipotálamo). Os sintomas do hipotireoidismo podem incluir: fadiga, dificuldade de concentração ou raciocínio, pele seca, prisão de ventre, sensação de frio, retenção de fluidos, dor muscular e articular, depressão, e distúrbios menstruais, entre outras. Como podemos perceber, os sintomas são bastante inespecíficos e muitas outras condições clínicas podem gerar situações como estas, o que pode confundir o diagnóstico. Além disso, geralmente a intensidade do distúrbio tireoideano esta relacionada a intensidade dos sintomas, e casos de disfunção tireoideana leve podem não justificar o grau de um determinado sintoma, o que implica na necessidade de investigar outras doenças. Situações onde sintomas intensos são atribuídos a um distúrbio tireoideano leve devem ser avaliados de forma muito criteriosa para que outra doença não passe despercebida, pois podem ser a principal fonte do problema.

​CAUSAS DO HIPOTIREOIDISMO
As causas mais comuns de hipotireoidismo incluem: tireoidite de Hashimoto (uma condição auto-imune que causa destruição da Tireóide), resistência ao hormônio da Tireóide (genética) e inflamações da Tireóide (como na tireoidite aguda e tireoidite pós-parto).
O hipertireoidismo consiste na produção excessiva de hormônio da Tireóide. Os sintomas do hipertireoidismo geralmente se relacionam com o aumento do metabolismo. Em casos leves, podem não haver sintomas aparentes. Em casos mais intensos, podem ocorrer: tremores, nervosismo incomum, frequência cardíaca elevada, fadiga, intolerância ao calor, diarreia, transpiração incomum, problemas de concentração, e perda de peso involuntária. Algumas das causas mais comuns de hipertireoidismo são: doença de Basedow-Graves, bócio multi-nodular tóxico, nódulos de Tireóide que secretam excessivamente o hormônio tireoideano (conhecidos como nódulos “quentes”), e o consumo excessivo de iodo.

​BÓCIO
O termo “bócio” significa simplesmente o aumento no volume da Tireóide, total ou parcial, independentemente da causa e pode estar associado a hipotireoidismo, hipertireoidismo ou função tireoideana normal.

NÓDULOS
Nódulos são aglomerados sólidos ou massas concentradas dentro da Tireóide. Podem ser causados ​​por cistos benignos, tumores benignos ou, menos comumente, por câncer de Tireóide. Podem ser individuais ou múltiplos. Se forem grandes, podem causar sintomas relacionados à compressão de estruturas próximas.

O CÂNCER DE TIREÓIDE
O câncer de Tireóide é muito mais comum entre mulheres adultas do que homens ou jovens. Na maioria ocorrem em pessoas com idade inferior a 55 anos. Existem diferentes tipos de câncer de Tireóide, e a maioria tem um bom prognóstico e altas taxas de cura, especialmente quando diagnosticado em estágios iniciais. Além de uma história médica completa e exame físico, exames especializados são usados ​​para diagnosticar distúrbios da Tireóide. Os exames de sangue

EXAMES
Normalmente são feitos para medir níveis dos hormônios tireoidianos e TSH, mas existem outros, específicos para cada caso. Já os exames de imagem são realizados quando nódulos da Tireóide ou o bócio estão presentes.
A Ultra-sonografia pode visualizar vários detalhes do nódulo, mas não pode distinguir um processo benigno de um processo maligno, apesar de poder fornecer dados sugestivos.
Outros exames de imagem podem ser necessários, como a cintilografia ou tomografia. Ainda no caso de nódulos, a biópsia aspirativa com agulha fina remove uma amostra de células ou tecido para análise por um patologista. Às vezes, a biópsia aspirativa precisa ser feita guiada por ultra-sonografia.

​MEDICAMENTOS E CIRURGIA
Os distúrbios da Tireóide podem ser tratados por medicamentos ou, em alguns casos, cirurgia. O tratamento dependerá de cada doença. Em alguns casos, medicamentos podem ser usados para substituir o hormônio tireoideano em falta (no hipotireoidismo). O hormônio tireoideano sintético é administrado na forma de comprimido por via oral.
Quando o hipertireoidismo está presente, outros medicamentos podem ser usados ​​para diminuir a produção de hormônio da Tireóide. Outros, para reduzir os sintomas do hipertireoidismo, como o aumento da frequência cardíaca. Se o hipertireoidismo não for controlado com medicamentos, a neutralização com iodo radioativo pode ser necessária. O iodo radioativo destrói controladamente e seletivamente a Tireóide.
A cirurgia pode ser usada para remover um bócio grande, um nódulo hiperfuncionante ou quando há possibilidade de câncer de Tireóide. Se a Tireóide precisar ser completamente removida, o indivíduo precisará tomar hormônio tireoideano sintético por toda a vida. Menos frequentemente, a cirurgia da Tireóide pode ser usada para o hipertireoidismo com bócio, mas em casos muito específicos.
Na maioria dos casos, os distúrbios da Tireóide podem ser bem gerenciados com tratamento médico e não são fatais. A perspectiva para as pessoas com câncer de Tireóide também é muito boa na maioria dos casos.